quarta-feira, 3 de setembro de 2014

divagando

Se na literatura , por exemplo, autores e personagens têm licença para serem loucos, cruéis, bandidos, mocinhos, apaixonados e céticos ao mesmo tempo, não seria o espaço literário também um espaço de fuga, descanso e permissão para sensibilizar-nos com o caos que desenha a vida real em sociedade, e inclusive autorizar-nos a estar em outros "papéis" na vida, ainda que em imaginação? E a  "licença poética", por exemplo, de que os escritores reconhecidos dispuseram/dispõem para cometer erros, deslizes semânticos e sintáticos, ou para inventar palavrasnão seria um aceno para algum possível desejo de não se dobrar a regras e dificuldades impostas, que são difíceis de serem explicadas/aceitas, bem como por vezes também são as regras e dificuldades da gramática (e da vida em sociedade)? Ou ainda, por que restringir essa licença, hierarquizando-a e cedendo-a apenas a alguns? Que mal teria se o acesso à reinvenção da linguagem fosse tal que também os erros dos não-poetas pudessem não ser entendidos necessariamente como erros, mas como invenções e possibilidades? 
Sei não... apenas divagando...

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