sexta-feira, 15 de setembro de 2017

nota aos desavisados

O amor é gerúndio.
Se transformando, se moldando, se afirmando e se negando. Se investe, desiste, se diverte.
Amor nunca é. Amor vai sendo...
Amor é dis-forme. E tem tantas formas.

Amor é sólido.
Firme e rígido na beleza, na contradição, na inquietude.
Apresenta uma solidez que grita e não se deixa passar.
Rocha exuberante cuja presença se faz notar.
Consistência tanta que se mostra mesmo a quem duvida de sua concretude.
É barreira pra solidão, acompanhante no sim e no não.

Amor é líquido.
Empresta as formas, curvas e movimentos do que lhe é continente.
Adapta-se ao contorno dos corpos. Espalha-se pelo ambiente.
De tanto ser acumulado em recipientes, pode transbordar.
Pode escorrer pelos dedos se confundirmos aprisionar com amar.
É viscosidade, leveza e textura. Tem sabores, odores, belezas.

Amor é gasoso.
Brinca com batimentos e ritmos que se encontram em abraços.
Em caso de saudades, dores e novidades pode gerar desarranjos e descompassos.
Expande-se quando em liberdade, preenchendo todos os espaços.
Talvez não seja por todos tocado ou visto.
Mas seus ventos sopram até mesmo para os desavisados, anunciando-lhes "eu existo".


(Este texto foi timidamente iniciado em 23 de abril de 2014, recebeu um tempinho de descanso e foi complementado em 15 de setembro de 2017).


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