domingo, 27 de março de 2011

Voltar pra ontem?

"se eu ainda soubesse como mudar o mundo, eu voltaria atrás no tempo", é o que o Barão canta em uma de suas várias musicas de que eu tanto gosto.Quantas vezes eu ouvi essa musica e concordei com seus dizeres...
Porque de fato, é "cutucante" a sensação que dá quando você se distancia dos fatos e pode observá-los...voce percebe que talvez 'pegasse melhor' se voce tivesse feito diferente, e isso desespera, porque nao podemos voltar naquele momento em que silenciamos a frase que ensaiamos a semana toda, que nao demos o palpite que queriamos dar ou escolhemos o mesmo sorvete de sempre,. mesmo morrendo de curiosidade de conhecer aquele sabor novo... Sim, a vontade de voltar atrás no tempo, é imensurável.
Mas hoje, em especial, eu discordo dessa música.
Hoje, entendam, eu acredito que olhar para o que aconteceu, distanciar-me da minha historia, faz de mim espectadora dela, e não personagem. Sabe quando as pessoas mais0 velhas nao te deixam errar, porque elas erraram e sabem que nao foi legal?! A sensação não é de "ok, voce viveu sua vida, deixa eu viver a minha." ? Pois é! Espectador nenhum tem direito de mudar a historia das personagens, pois sendo uma historia real, é imprescindivel que as personagens tenham vontade própria, e atitudes autenticas...
Para isso, é fundamental que a gente se permita errar, tropeçar, cair,se machucar, que a gente cante, dance, grite e expresse nossas peripécias e devaneios em palavras, gestos, atiudes e "carões" que nos deixem claro que estamos vivendo, que somos personagens errantes e espectadores experientes ao mesmo tempo. Que aprendemos lições e agimos de modo equivocado ao mesmo tempo. Que somos múltiplos, que somos plural,cada um em sua singularidade, por mais paradoxal que o pareça.
É fundamental que não nos esqueçamos de como éramos, pois assim amadurecemos; que nos preocupemos -dentro dos limites- com o que seremos, pois assim cuidaremos do nosso bem estar emocional e físico; mas que, diariamente, nos empenhemos no dificil, dinâmico e incrível exercício daquilo que somos, no exercicio de ter prosperidade hoje, depositando nesse exercicio toda a nossa vitalidade, pois quanto mais real a personagem se permitir ser em sua história, mais consciente e satisfeito será seu espectador. Dessa forma vivemos, sorrimos, conhecemos situações, sofremos, adquirimos experiencia, amadurecemos e somos felizes. Felizes por estarmos vivendo em função da nossa plenitude, que é o que importa. Tudo o que vier depois é consequencia, é reflexo, e nós estamos prontos para isso.

Um comentário:

  1. Mais extremos... Se a gente não erra, não sabe o que é realmente certo. Dá uma vontade desesperadora de mudar... Mas talvez saísse tudo errado e as lições fossem mais dolorosas ou mais sutis... É tudo muito relativo, mas parar pra olhar nossa vida e ver que doendo ou não, valeu a pena, porque hoje somos melhores, é a melhor parte de tudo.

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